O candidato da extrema-direita, Javier Milei, foi eleito presidente da Argentina com 55,7% dos votos contra 44,3% do candidato peronista e atual ministro da Economia, Sergio Massa. 76,3% dos eleitores foram às urnas e o total de votos brancos e nulos somados foi de 3,2%. Milei venceu em 21 das 24 províncias do país. Logo após a divulgação do resultado, Massa reconheceu a legitimidade do resultado e felicitou o novo presidente pela vitória.
Em sua primeira entrevista depois de eleito, Milei reforçou algumas de suas principais pautas, que combinam elementos conservadores no âmbito dos costumes e ultraliberais na economia. Confirmou que privatizará empresas estatais e que adotará uma postura repressiva aos protestos de rua, quando houver delito. Anunciou também que priorizará as relações diplomáticas com Estados Unidos e Israel e que formará um gabinete ministerial enxuto, com apenas oito pastas. Além disso, pontuou que o fechamento do Banco Central é “uma obrigação moral” e que é necessário dolarizar a economia.
Contudo, Milei conta com um apoio legislativo muito reduzido. A sua coalizão, a Libertad Avanza, possui somente 37 dos 257 assentos na Câmara dos Deputados e elegeu apenas oito dos 72 senadores para a próxima legislatura. Os acordos que vêm sendo articulados com o ex-presidente Maurício Macri e a candidata que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, Patricia Bullrich, podem lhe render um apoio maior, mas ainda longe de alcançar maioria no Congresso.
Texto escrito por Jefferson Nascimento.
O primeiro turno da eleição presidencial na Argentina, realizado em 22 de outubro, teve um resultado surpreendentemente positivo para a coalizão peronista que governa o país. O candidato Sergio Massa, atual ministro da Economia, despontou na liderança, ao conquistar 36,7% dos votos.
Em segundo lugar, aparece Javier Milei, da coalizão de extrema direita Libertad Avanza, com 30%, contrariando grande parte das pesquisas eleitorais, nas quais aparecia em primeiro lugar. Massa e Milei disputarão o segundo turno no dia 19 de novembro.
Nos seus discursos após a divulgação do resultado, ambos fizeram acenos aos eleitores do Juntos Por El Cambio, coalizão da direita tradicional, liderada por Patricia Bullrich, que ficou em terceiro, com 23,8% dos votos.
Logo em seguida, aparecem Julio Schiaretti, da coalizão Hacemos Por Nuestro País, com 6,8%, e Myriam Bregman, da Frente de Izquierda, com 2,7%. A participação foi de 77,7% e os votos brancos representaram 2% do total de votos. 98,5% das urnas já foram apuradas.
O grande desafio para Sergio Massa, nessa reta final, será controlar a inflação, que está acima de 138% ao ano. Para Milei, o desafio maior será conquistar o apoio dos eleitores anti-peronistas mais moderados, que tampouco compartilham das propostas mais radicais do candidato libertário no âmbito da economia e dos costumes.
Texto escrito por Jefferson Nascimento.
Está disponível a nova edição do Boletim OPSA, que inclui:
Editorial “Ordem Global em Mudança: Transformações nos Espaços Multilaterais e o Brasil”, por Maria Regina Soares de Lima
Artigo “Por onde anda a América do Sul? Uma Análise dos Discursos da Abertura da 78ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas”, por Marianna Albuquerque, Diogo Ives, Débora Bedim, Ghaio Nicodemos, Guilherme Fritz, Isabell a Pereira, Jefferson Nascimento, Júlia Furtado, Kethlyn Winter, Marília Closs, Stephanie Braun e Thais Batista
Artigo “A Expansão do BRICS e as Implicações para o Brasil”, por Diogo Ives
Artigo “G20: Perspectivas para a Presidência Brasileira”, por Marianna Albuquerque
Artigo “O Governo da Unidade Popular e os 50 Anos do Golpe no Chile”, por Tiago Nery
Sessão especial Projeto “Governança Pan-Amazônica, Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável”:
Acesse a edição completa aqui.
A edição 195 do Le Monde Diplomatique Brasil tem como tema “Os Rumos da América do Sul” A edição conta com os seguintes artigos de pesquisadores do OPSA:
Acesse a edição completa em https://diplomatique.org.br/edicao/edicao-195/
No dia 15 de outubro ocorreu o segundo turno das eleições equatorianas. Com 97,81% das urnas apuradas, o candidato Daniel Noboa, da Acción Democrática Nacional, está matematicamente eleito presidente do Equador, com 51,96% dos votos.
Em seu discurso de vitória, Noboa anunciou que pretende começar imediatamente a trabalhar enquanto novo presidente do país. Entretanto, será empossado somente em 25 de dezembro deste ano e permanecerá no cargo até 24 de maio de 2025, concluindo o mandato do atual presidente, Guillermo Lasso.
Noboa e Lasso compartilham a preferência por políticas liberais na economia. Discursando de casa e na presença de familiares, Noboa destacou o foco em políticas de educação, emprego e segurança. Cabe destacar que foi respeitoso com a adversária derrotada, sem manifestar críticas extremistas.A candidata perdedora, Luiza Gonzalez, felicitou seu adversário pela vitória e discursou junto a outros membros da cúpula do partido Revolución Ciudadana (RC5), ligado ao ex-presidente de esquerda Rafael Correa.
Gonzáles aproveitou para lembrar promessas de campanha, como a reativação da economia com apoio do Estado, a criação de vagas para estudantes na universidade, a recuperação da pensão de aposentados e a retomada do controle do sistema carcerário do país. Entretanto, membros do RC5, como o prefeito de Cuenca, declararam disposição em trabalhar conjuntamente com o novo presidente.
Texto escrito por Ghaio Nicodemos.
No dia 20 de agosto, o Equador realizou Eleições Gerais Antecipadas, motivadas pela dissolução da Assembleia Nacional, em maio, pelo atual presidente, Guillermo Lasso, cujo mandato foi encurtado.
A população votou para presidente da República e parlamentares nacionais e provinciais, assim como opinou em consultas populares sobre a exploração de petróleo na região amazônica de Yasuní e a mineração no território do Choco Andino.
O resultado da votação presidencial definiu que Luisa González, do partido de esquerda Revolución Ciudadana (o mesmo do ex-presidente Rafael Correa), e o candidato Daniel Noboa (mais próximo de Lasso), da coligação de direita Acción Democrática Nacional, irão para o segundo turno. Obtiveram, respectivamente, 33,3% e 23,6% dos votos.
Na sequência, Christian Zurita, do Movimento Construye, que substituiu Fernando Villavicencio, assassinado em 9 de agosto, ficou com 16,5% dos votos. Jan Topic, da coligação de extrema-direita Por Un País Sin Miedo, recebeu 14,7% dos votos. O segundo turno da eleição ocorrerá em 15 de outubro.
Para compor a Assembleia Nacional, o Revolución Ciudadana recebeu 39,4% dos votos. Na sequência, ficaram a Alianza Gente Buena (liderada pelo Movimento Construye), com 20,7% dos votos; a Alianza ADN, PID y Mover, com 14,8%; e o Partido Social Cristiano, com 11,8% dos votos.
Nas consultas populares, 59% do eleitorado votou por proibir a exploração de petróleo na reserva de Yasuní. Por sua vez, 68% escolheram proibir a mineração no Choco Andino, em qualquer escala (artesanal, pequena, média e grande).
Texto escrito por Ghaio Nicodemos.
Está disponível a nova edição do Boletim OPSA, que inclui:
Acesse a edição completa aqui.