
Em 8 e 9 de agosto, presidentes e outras autoridades dos oito países sul-americanos que abrigam a floresta amazônica se reuniram na cidade de Belém para a IV cúpula de chefes de Estado dos países signatários do Tratado de Cooperação Amazônica, assinado em 1978. Encontros semelhantes ocorreram apenas em 1989, 1992 e 2009.
A cúpula produziu a Declaração de Belém, documento com 110 compromissos para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.
Entre as medidas, prevê-se o fortalecimento da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), criada em 1995, e a reativação de suas comissões temáticas para Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, Saúde, Educação, Infraestrutura e Comunicações, Assuntos Indígenas, Transporte e Turismo, além da criação de novas comissões, como Segurança Pública.
A declaração também elogia a criação do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia e estabelece o Foro de Cidades Amazônicas, o Parlamento Amazônico, um Painel Técnico-Científico para a produção de dados ambientais, um mecanismo de diálogo entre governos e povos indígenas e um sistema integrado de controle aéreo.
Além disso, os países almejam construir posições comuns em fóruns internacionais, sobretudo para exortar os países desenvolvidos a cumprirem promessas de financiamento climático.
Críticas ao descumprimento destas promessas também foram expressas em um comunicado conjunto, chamado Unidos por Nossas Florestas e assinado pelos líderes sul-americanos e por representantes da Indonésia, da República do Congo e da República Democrática do Congo.
A cúpula presidencial foi precedida, nos dias 4 a 6 de agosto, pelos Diálogos Amazônicos, uma série de 300 eventos com participação de 27 mil pessoas da sociedade civil e de órgãos de Estado. Propostas foram consolidadas em seis relatórios entregues aos chefes de Estado. Também foi elaborada a Carta dos Povos Indígenas da Amazônia.
Texto escrito por Diogo Ives.
Ontem, dia 09 de agosto, o candidato a presidência equatoriana, Fernando Villavicencio, foi assassinado a tiros após ato político na capital do país, Quito, enquanto entrava em seu carro. Além do candidato, outras sete pessoas ficaram feridas no atentado.
Seis suspeitos foram presos por envolvimento no ataque ao candidato, e um sétimo morreu durante a troca de tiros com seguranças que escoltavam o candidato. Um vídeo atribuído a facção criminosa ‘Los Lobos’, cuja veracidade é contestada, reivindicou o ataque em vídeo divulgado pelas redes sociais, onde ameaçaram outro candidato na disputa, Jan Topic.
O governo equatoriano anunciou que o cronograma eleitoral será mantido, com a realização do primeiro turno das eleições prevista para o dia 20 de agosto. Para isso, o presidente incumbente, Guillermo Lasso, assinou decreto que declara estado de emergência no país pelos próximos 60 dias.
Texto escrito por Ghaio Nicodemos.
Luiz Inácio Lula da Silva assumiu hoje a presidência rotativa do Mercosul. Em discurso durante reunião do bloco realizada em Puerto Iguazú, na Argentina, Lula criticou o Instrumento Adicional apresentado pela União Europeia, em março deste ano. Afirmou que “parceiros estratégicos não negociam com base em desconfiança e ameaça de sanções” caso não cumpram metas ambientais voluntárias. Além disso, enfatizou que o Mercosul deve apresentar uma resposta “rápida e contundente” às condições propostas pela União Europeia para a conclusão de um acordo econômico entre os dois blocos.
O Brasil assumiu a presidência do grupo formado por Argentina, Paraguai e Uruguai por um período de seis meses. Entre os temas centrais já citados pelo governo brasileiro para a agenda deste semestre, além do acordo entre União Europeia e Mercosul, estão a criação de uma moeda comum no bloco, a intenção do Uruguai de negociar um acordo comercial com a China, a crise econômica na Argentina e a adesão da Bolívia como membro-pleno. O fim da suspensão da Venezuela, em vigor desde 2017 por ruptura da ordem democrática, não foi mencionado
Texto escrito por Guilherme Alves.
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Representantes de 10 países da América do Sul se reúnem hoje (30/05), em Brasília, após convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O início da reunião da cúpula regional aconteceu no Palácio do Itamaraty, em Brasília. Pela manhã, os convidados foram recebidos pelo presidente Lula e proferiram discursos. Na parte da tarde, estão previstas conversas mais informais com cada um dos presidentes, outros representantes dos governos e seus respectivos assessores. Para o encerramento do encontro regional, está previsto um jantar no Palácio da Alvorada.
Na abertura do encontro, o presidente Lula sugeriu dez temas diferentes para discussão ao longo do dia, incluindo uma moeda comum, economia, regulação, atualização da cooperação, meio ambiente, saúde, energia, educação e defesa. Além disso, houve forte menção à retomada da integração entre os países. Como primeiro encaminhamento, Lula sugeriu a criação de um grupo formado por representantes de cada país, que seria responsável por apresentar propostas para a integração da América do Sul dentro de 120 dias a partir desse encontro. Participaram da reunião os presidentes da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Suriname, Uruguai e Venezuela.
Texto escrito por Guilherme Alves.