A população chilena foi às urnas ontem, em 7 de maio, para eleger o Conselho Constituinte, órgão que elaborará a nova Constituição do país. Uma proposta anterior de texto constitucional havia sido rejeitada em plebiscito realizado em setembro de 2022, após um ano de trabalhos de uma Assembleia Nacional Constituinte eleita em 2021 e dominada por partidos de esquerda e figuras independentes.

Desta vez, a extrema-direita terá mais força no órgão constituinte. O Partido Republicano, liderado por José Antonio Kast e afim à ditadura de Augusto Pinochet, recebeu 35% dos votos e ficará com 22 das 51 vagas. A coalizão de esquerda Unidad para Chile, apoiada pelo presidente Gabriel Boric, ficou em 2º lugar, com 28% dos votos (correspondente a 17 assentos), à frente da coalizão de direita tradicional Chile Seguro, que terminou com 21% (11 assentos). Além disso, uma vaga será ocupada por representante de povos indígenas.

A aprovação de artigos para a nova Constituição exigirá 3/5 dos votos do Conselho Constituinte, ou seja, o apoio de pelo menos 30 dos 51 integrantes. O órgão se reunirá a partir de 7 de junho e debaterá a partir de um anteprojeto redigido por especialistas em Direito que foram nomeados pelo Congresso. Uma vez finalizada, a nova proposta de Constituição será submetida a um plebiscito, marcado para 17 de dezembro.

Texto escrito por Diogo Ives.