[EVENTO URGENTE] Presidente do Peru é removida do cargo pelo Congresso

A crise institucional que se prolonga no Peru há vários anos ganhou um novo desdobramento ontem, dia 9 de outubro, quando o Congresso aprovou uma moção de vacância por “incapacidade moral permanente”, resultando na destituição da presidente da República, Dina Boluarte, em menos de 24 horas. Desde sua ascensão ao poder, em 2022, após a destituição de Pedro Castillo, o governo de Boluarte enfrentou intensa instabilidade política, marcada por sucessivos protestos, casos de corrupção e, recentemente, pelo agravamento da crise de segurança pública. O episódio que precipitou sua queda foi o ataque a tiros ocorrido durante o show da banda “Agua Marina”, na noite de 8 de outubro, em Lima. No dia seguinte, o partido Renovação Popular apresentou a primeira moção de vacância contra a mandatária, rapidamente seguida por outras quatro propostas deste tipo. Às 21h22 do mesmo dia, o plenário do Congresso iniciou o debate sobre as moções, concedendo a Boluarte o direito de defesa até as 23h30. Às 00h09 do dia 10, a destituição foi aprovada por 123 votos favoráveis. Cerca de uma hora depois, às 01h23, o então presidente do Congresso, José Jerí, prestou juramento como novo chefe de Estado. Como o cargo de vice-presidente encontrava-se vago desde a posse de Boluarte, a linha de sucessão constitucional determinou sua ascensão ao poder. Jerí deverá exercer a presidência até julho de 2026, quando se encerrará o mandato após realizadas novas eleições gerais. Paralelamente, o Ministério Público peruano solicitou que Dina Boluarte seja impedida de deixar o país pelo prazo de 18 meses, em razão de investigações em curso relacionadas a diferentes casos de corrupção.

Texto escrito por Lucas Berti

[EVENTO URGENTE] Irfaan Ali é reeleito presidente da Guiana

No dia 1º de setembro, a Guiana realizou eleições nacionais, cujo resultado foi a vitória de Irfaan Ali para um segundo mandato de 5 anos. Ali anunciou sua vitória na quarta-feira, mas a Comissão Eleitoral da Guiana (GECOM) somente confirmou o resultado no dia 6 de setembro. As eleições presidenciais na Guiana são indiretas, de maneira que o partido ou aliança que consegue a maioria dos assentos no Parlamento tem seu candidato presidencial eleito.

O People’s Progressive Party/Civic (PPP), partido de Irfaan Ali, obteve 55% dos 65 assentos parlamentares. Os dois principais partidos de oposição, o We Invest in Nationhood (WIN) e o A Partnership for National Unity (APNU), tiveram, respectivamente, 24,8% e 17,7% dos votos.

O segundo mandato de Ali representa uma continuidade de suas políticas em relação à exploração de petróleo offshore, cujo desafio principal é conseguir fazer com que a renda seja distribuída de forma justa à sociedade guianesa. Além disso, a Guiana encontra-se em uma situação de tensões crescentes com a Venezuela, de forma que a pressão ativa dos Estados Unidos na região representa um elemento exógeno de possíveis desestabilizações e imprevisibilidades ao novo governo.

Após a vitória, Irfaan Ali recebeu congratulações de lideranças globais e embaixadas, como por exemplo, pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, pelo Primeiro-Ministro da Índia, Narendra Modi através da plataforma X, além de mensagens das embaixadas do Reino Unido e da China.

Texto escrito por Guilherme Fritz.

[EVENTO URGENTE] Pré-candidato à presidência da Colômbia morre após atentado

Na madrugada de hoje, 11 de agosto, o senador e pré-candidato à presidência, Miguel Uribe Turbay, 39 anos, teve sua morte confirmada por após ter sofrido um atentado a tiros, no dia 7 de junho.

O falecimento teve ampla repercussão nas esferas políticas e sociais colombianas. O presidente do país, Gustavo Petro, afirmou que “a vida está acima de qualquer ideologia” e expressou suas condolências à família. Em paralelo, o ex-presidente (2002-2010) e principal opositor de Petro, Álvaro Uribe, suplicou que “Miguel seja a luz que ilumina o caminho da Colômbia”.
Em 2022, Turbay foi convidado por Uribe para disputar uma vaga no Senado colombiano pelo partido Centro Democrático e se tornou o candidato mais votado da eleição. Crítico ao governo Petro, Turbay era o principal nome de seu partido para a disputa presidencial de 2026.
O executor do atentado (um adolescente de 15 anos) foi preso no mesmo dia do corrido. No entanto, as investigações para descobrir os mandantes e os motivos do atentado ainda estão em andamento.
Outras personalidades também prestaram solidariedades à morte de Turbay. Dentre elas, destacam-se membros do governo, como a vice-presidente, Francia Márquez e o ministro da defesa, Pedro Sánchez; o secretário geral da ONU, Antonio Guterres; e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.


Texto escrito por Matheus Petrelli

[EVENTO URGENTE] STF brasileiro reage a acusações dos EUA

A abertura de trabalhos do semestre do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro ocorrida hoje, em Brasília, foi marcada por discursos de autoridades em reação às pressões recentes de Donald Trump contra a Corte.

No dia 30 de junho, o presidente dos EUA oficializou o tarifaço de 50% sobre importações brasileiras (embora admitindo uma série de exceções) e manteve a justificativa com base em decisões do STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e empresas de redes sociais estadunidenses. Porém, avisou que um alinhamento do Brasil às políticas externa, econômica e de segurança dos EUA pode aliviar a sobretaxa. No mesmo dia, Trump incluiu o ministro Alexandre de Moraes em sanções financeiras da Lei Magnitsky por supostamente violar direitos humanos nas suas decisões.

Hoje, o presidente do STF, ministro Luis Roberto Barroso, relembrou o histórico de golpes no Brasil, defendeu o julgamento dos envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro e repudiou tentativas de interferência nos trabalhos do Judiciário.

O decano da Corte, ministro Gilmar Mendes, salientou que a regulação de redes sociais precisa avançar para conter crimes na internet, por meio da criação de deveres às empresas da área que estejam de acordo com a Constituição de 1988.

O ministro Alexandre de Moraes classificou os ataques como fruto de uma organização criminosa de agentes e políticos brasileiros no exterior, a fim de criar uma crise econômica e política que facilite um golpe de Estado.

Por fim, o ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, afirmou que as tensões políticas e diplomáticas do momento serão tratadas com reafirmação da defesa da democracia e da soberania pelo Executivo brasileiro.

Texto escrito por Diogo Ives

[EVENTO URGENTE] Suriname elege a primeira mulher como presidente de sua história

No dia 6 de julho, a Assembleia Nacional do Suriname elegeu Geerlings-Simons como Presidente da República. É a primeira vez que uma mulher ocupa o cargo. No dia 25 de maio, ocorreram eleições para a Assembleia Nacional, elegendo 51 representantes. A escolha presidencial advém de negociações realizadas entre os partidos e os membros eleitos, sendo necessário 2/3 dos votos para eleger um presidente. O Partido da Reforma Progressiva (Progressive Reform Party – VHP), do atual presidente Chandrikapersad Santokhi, conseguiu cerca de 17 assentos, enquanto o Partido Nacional Democrata (National Democratic Party – NDP), liderado por Jennifer Geerlings-Simons, conquistou aproximadamente 18 lugares na Assembleia Nacional. Para conquistar maioria na Assembleia, o NDP formou uma coalizão com os seguintes partidos: Alternative 2020 Party (A20), Brotherhood and Unity in Politics Party (BEP); General Liberation and Development Party (ABOP); National Party of Suriname (NPS); e o Pertjajah Luhur Party (PL). Geerlings-Simons tomou posse no dia 16 de julho, quando terminou o mandato do atual presidente.


Texto escrito por Guilherme Fritz.

[EVENTO URGENTE] EUA impõem sobretaxa de 50% a importações do Brasil

Ontem, dia 9, o presidente dos EUA, Donald Trump, enviou uma carta ao presidente Lula informando que imporá uma sobretaxa de 50% a todos os bens importados do Brasil a partir de 1º de agosto.
Trump criticou uma suposta “caça às bruxas” feita contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, decisões do Supremo Tribunal Federal contra redes sociais sediadas nos EUA e barreiras comerciais do Brasil que produziriam um déficit para os norte-americanos.
A medida veio após Trump afirmar na rede Truth Social, no dia 7, que Bolsonaro, sua família e seus apoiadores são perseguidos no Brasil por razões políticas. No dia 8, a embaixada dos EUA no Brasil emitiu uma nota endossando a acusação de Trump.
A investida contra o Brasil ocorre na mesma semana em que o país sediou a cúpula de chefes de Estado do BRICS. No dia 6, também via rede social, Trump tinha ameaçado sobretaxar países que se alinhassem às políticas “antiamericanas” do bloco.
Em nota, o deputado federal Eduardo Bolsonaro declarou que vem mantendo diálogo com o governo Trump para denunciar a “escalada autoritária” no Brasil, liderada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes e apoiada por um “establishment político, empresarial e institucional”. A sobretaxa de 50% buscaria responsabilizar um “sistema que sustenta abusos de poder”.
Em reação à sobretaxa, o presidente Lula repudiou a tentativa dos EUA de tutelar as instituições da Justiça brasileira e declarou que adotará medidas de reciprocidade caso a tarifa entre em vigor. O Itamaraty convocou o representante dos EUA no Brasil para devolver a carta de Trump e pedir explicações sobre a interferência em assuntos domésticos.

Texto escrito por Diogo Ives.

[EVENTO URGENTE] Ex-presidente uruguaio José Mujica morre aos 89 anos

No dia 13 de maio, o ex-presidente do Uruguai (2010-2015), José Mujica, faleceu após meses enfrentando um câncer no esôfago. Em janeiro de 2025, Mujica anunciou publicamente que sua doença havia se agravado, encerrando sua agenda de entrevistas e aparições públicas. Mujica se tornou umas das figuras mais influentes da política uruguaia e um símbolo na América Latina, com seus discursos humanistas e seu compromisso com as causas sociais.

O presidente do Uruguai, Yamandú Orsi, afirmou que Mujica integrará “as páginas da história não só nacional” e destacou a importância de suas reflexões e o valor que atribuía ao debate de ideias. Em suas redes sociais, Orsi escreveu: “Presidente, militante, referência e condutor. Obrigado por tudo que nos deu e pelo seu profundo amor pelo seu povo”.

O falecimento gerou uma rápida reação na América Latina. Diversos líderes políticos da região expressaram suas condolências e destacaram a importância da figura de Mujica para a política latino-americana, reforçando os valores éticos e morais que ele defendia. Entre os mandatários que enviaram mensagens estão: Gabriel Boric (Chile), Lula da Silva (Brasil), Luis Arce (Bolívia), Claudia Sheinbaum (México), Santiago Peña (Paraguai), Gustavo Petro (Colômbia e Xiomara Castro (Honduras).

Algumas ausências foram notadas, como a do atual presidente da Argentina, Javier Milei, que não se manifestou sobre a morte de Mujica. Apesar disso, os ex-mandatários argentinos, Mauricio Macri, Alberto Fernández e Cristina Kirchner, publicaram palavras de respeito para Mujica em suas redes sociais. Outra ausência destacada pela imprensa uruguaia foi a dos EUA, onde não houve manifestações por parte do presidente Donald Trump e nem da Casa Branca.

O velório foi aberto ao público, a pedido de Pepe e sua esposa, Lucía Topolansky, e aconteceu no Palácio Legislativo, entre os dias 14 e 15 de maio. Além disso, foi realizado um cortejo fúnebre, que saiu da Torre Executiva e passou por locais simbólicos da trajetória política de Mujica, como as sedes do MLN-Tupamaros (Movimento de Libertação Nacional), da Frente Ampla e do Movimento da Participação Popular.

Texto escrito por Débora Bedim Loures.

[EVENTO URGENTE] Presidente do Equador é reeleito para segundo mandato

No último domingo, 13 de abril, o Equador realizou o segundo turno das Eleições Gerais para decidir seu novo presidente da República.

Com mais de 97% das atas apuradas, o atual presidente, Daniel Noboa, do partido Acción Democrática Nacional, recebeu 55,66% dos votos válidos e está matematicamente reeleito. Sua opositora, Luisa González, do Revolución Ciudadana, recebeu 44,34% dos votos válidos.

O resultado oficial foi validado pela presidenta do Conselho Nacional Eleitoral, Diana Atamaint.

Luisa González e outros membros de seu partido alegam ter havido fraude no processo eleitoral, não reconhecem o resultado eleitoral apurado oficialmente e afirmaram que pedirão a recontagem dos votos.

Texto escrito por Ghaio Nicodemos.

[EVENTO URGENTE] Cúpula da CELAC emite declaração final mesmo sem consenso entre todos os membros

Aconteceu ontem, dia 9 de abril, em Tegucigalpa, capital de Honduras, a 9a Cúpula de Chefes de Estado e Governo da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC). Ao final, 30 dos 33 países da comunidade aprovaram a Declaração de Tegucigalpa, que critica “a imposição de medidas coercitivas unilaterais contrárias ao direito internacional, incluindo as restritivas ao comércio internacional”, reivindica o fortalecimento da CELAC como mecanismo de concertação política, proclama a região como Zona de Paz e defende o multilateralismo.


O documento foi publicado mesmo sem o apoio das delegações da Nicarágua, da Argentina e do Paraguai, que contestaram especificamente os trechos que tratam das medidas comerciais, do lançamento de uma candidatura única para a ONU e da igualdade de gênero. Após a publicação, os governos do Paraguai e da Argentina alegaram que houve uma violação dos procedimentos da CELAC, os quais exigem consenso para a aprovação de declarações. Por sua vez, o governo de Honduras, que exerce a presidência da CELAC, argumentou que houve “consenso suficiente” e que as objeções dos três países foram registradas em uma nota de rodapé do documento.


Durante o encontro, o presidente Lula discursou a favor de uma mudança na regra de consenso da CELAC. Afirmou que ela se tornou irrealista diante das diferenças ideológicas profundas que marcam a região hoje e sugeriu a formação de uma comissão para estudar sua alteração. Além disso, pontuou como prioridades de ação coletiva o fortalecimento da democracia, o combate às mudanças climáticas e a integração econômica e comercial.


Também defendeu uma candidatura unificada da região para a Secretaria Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), enfatizando que o organismo nunca foi presidido por uma mulher. Além de Lula, presidentes que compareceram à reunião incluíram Gustavo Petro, da Colômbia (que assumirá a presidência pro tempore da CELAC no período 2025-2026); Claudia Sheinbaum, do México; Xiomara Castro, de Honduras; Miguel Diaz Canal, de Cuba; Luis Arce, da Bolívia; Yamandú Orsi, do Uruguai; e Bernardo Arévalo, da Guatemala. Os presidentes da Argentina e do Paraguai, Javier Milei e Santiago Peña, não participaram da Cúpula, mas se encontraram em Assunção, capital paraguaia.


Texto escrito por Beatriz Bandeira.

[EVENTO URGENTE] Organização dos Estados Americanos elege novo Secretário-Geral

A Organização dos Estados Americanos (OEA) elegeu ontem, dia 10 de março, o seu novo Secretário-Geral. O substituto do uruguaio Luis Almagro será o atual Ministro de Relações Exteriores do Suriname, Albert Ramdin, o primeiro representante de um país caribenho a ocupar o cargo desde a criação da OEA, em 1948. Sendo o representante permanente do Suriname na OEA desde 1996, ele foi eleito com 22 dos 34 votos disponíveis e liderará a organização no período entre 2025 e 2030.

Ramdin já ocupou o cargo de Secretário Adjunto da OEA entre 2005 e 2015, durante o mandato do chileno José Miguel Insulza. O surinamês contou com o apoio de Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia e Uruguai e todos os países caribenhos, decisão que motivou o anúncio da retirada do candidato paraguaio, Rubén Ramírez Lezcano no dia 6 de março.

Os desafios de Ramdin à frente da organização serão muitos: desde reações às políticas comerciais e migratórias dos Estados Unidos de Donald Trump, passando pela gestão das crises na Venezuela, na Nicarágua e no Haiti, até os desdobramentos das relações dos países americanos com a China.


Texto escrito por Beatriz Bandeira e Guilherme Fritz.