[EVENTO URGENTE] Governo da Venezuela veta candidata da oposição em eleição

A candidata Corina Yoris foi impedida de registrar sua candidatura à presidência da Venezuela, após o encerramento do prazo de submissão em 25 de março. Corina Yoris foi indicada por Maria Corina Machado, vencedora das primárias realizadas pela Plataforma Unitária – grupo que congrega as maiores forças da oposição – para definir o candidato que enfrentaria Nicolás Maduro nas eleições presidenciais venezuelanas, agendadas para o dia 28 de julho. O Superior Tribunal de Justiça venezuelano impugnou a candidatura de Corina Machado por denúncias de irregularidades administrativas durante seu mandato como deputada.

A Plataforma Unitária denunciou que o site do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) não aceitou a candidatura de Corina Yoris. Com isso, a Plataforma inscreveu provisoriamente Edmundo González Urrutia como seu representante, na madrugada de segunda para terça-feira, após prorrogação de 12 horas concedida pelo CNE. Outro candidato significativo da oposição que logrou se registrar é Manuel Rosales, atual governador do estado de Zulia.

O impedimento de Corina Yoris gerou reações negativas da comunidade internacional. Ontem, 26 de março, o Itamaraty alterou o tom de seu discurso sobre as eleições venezuelanas. Em nota, divulgada após telefonema de Celso Amorim não ser atendido pelo governo Maduro, o Ministério afirmou que acompanha com “expectativa e preocupação” o processo eleitoral. O governo de Maduro repudiou o comunicado, classificando-o como “cinzento e intervencionista”.

Texto escrito por Thaís Jesinski Batista.

[PUBLICAÇÕES] Boletim OPSA – n. 4 out./dez. 2023

Está disponível a nova edição do Boletim OPSA, que inclui:

  • Editorial “G20 e a reforma da comunicação virtual”, por Diogo Ives, Maria Regina Soares de Lima e Marianna Albuquerque

  • Artigo ““Crise dos 40”: o que a eleição de Milei representa para a democracia argentina”, por Jefferson Nascimento

  • Artigo “Uma trégua partidária em meio ao caos? Eleições antecipadas e realinhamento político no Equador”, por Ghaio Nicodemos Barbosa

  • Artigo “Geopolítica da transição energética: o Triângulo ABC do lítio na América do Sul”, por Diogo Ives, Jefferson Nascimento e Marília Closs

Sessão especial Projeto “Governança Pan-Amazônica, Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável”:

  • Monitor da Governança Pan-Amazônica: Outubro de 2023
  • Monitor da Governança Pan-Amazônica: Novembro de 2023
  • Monitor da Governança Pan-Amazônica: Dezembro de 2023

Acesse a edição completa aqui.

 

[PUBLICAÇÕES] Conjuntura Latitude Sul – Dezembro/2023

Está disponível a edição de dezembro de 2023 do Conjuntura Latitude Sul!
 
O Conjuntura Latitude Sul é uma publicação mensal voltada ao acompanhamento das notícias relacionadas aos temas de pesquisa do OPSA e do NEAAPE.
 
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[PUBLICAÇÕES] Conjuntura Latitude Sul – Novembro/2023

Está disponível a edição de novembro de 2023 do Conjuntura Latitude Sul!
 
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[EVENTO URGENTE] Venezuela realiza referendo sobre o território de Essequibo e aumenta tensões com a Guiana

Em 3 de dezembro, o governo da Venezuela realizou um referendo para consultar sua população sobre o território de Essequibo. Esse território, de 160 mil quilômetros quadrados, pertence, atualmente, à Guiana, mas é alvo de disputas desde 1899. Com a descoberta de reservas de petróleo na região, em 2015, e subsequente exploração, a disputa entre os dois países se acirrou.

O referendo em questão foi convocado em 20 de outubro, em um contexto de preparação para as eleições presidenciais na Venezuela, previstas para 2024. No dia 31 de outubro, o governo da Guiana solicitou que a Corte Internacional de Justiça (CIJ) suspendesse o referendo convocado pelo governo venezuelano. No dia 6 de novembro, teve início a campanha, na Venezuela, para reivindicar a soberania sobre o território de Essequibo. Em audiência no dia 14 de novembro, o governo da Guiana afirmou que o referendo é uma “ameaça existencial” ao país, já que Essequibo corresponde a 75% do território guianense.

O governo brasileiro enviou o assessor da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, para Caracas, em 22 de novembro. Nessa mesma data, em reunião entre chanceleres e ministros da Defesa sul-americanos, o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, defendeu uma solução pacífica para o conflito. No dia 1º de dezembro, a CIJ decidiu que o governo venezuelano não devia tomar nenhuma medida que afetasse o status quo na região.

O referendo foi realizado no dia 3, com cinco perguntas a serem respondidas, incluindo consultas sobre a validade do Laudo Arbitral de Paris de 1899 e do Acordo de Genebra de 1966, a jurisdição da CIJ sobre o caso, o uso do território marítimo, e a criação do estado de “Guayana Esequiba”. Cerca de 50% da população apta a votar foi às urnas, e a anexação do território obteve 10.554.320 de votos – 95% do total. No dia do referendo, o presidente da Guiana, Irfaan Ali, afirmou que “não há nada a temer”.

Texto escrito por Thaís Jesinski Batista.

[EVENTO URGENTE] Chile rejeita uma nova proposta de Constituição pela segunda vez em um ano

No último domingo, 17 de dezembro, a maioria da população chilena rejeitou, em referendo, uma proposta de Constituição elaborada pelo Conselho Constituinte formado em maio de 2023 por voto popular. Em votação obrigatória, com comparecimento de cerca de 12 milhões de eleitores, 55% votaram contra o texto da nova Constituição, enquanto 44% votaram a favor.
A nova proposta de Constituição, redigida por um Conselho Constituinte composto majoritariamente pela extrema-direita, trazia retrocessos em temas como o aborto e migração. Participaram da campanha pelo rechaço do texto da nova Constituição a coligação governista, Frente Ampla, junto à ex-presidente Michelle Bachelet (2006-2010 e 2014-2018). A coligação de direita tradicional Chile Vamos e o Partido Republicano, principal agremiação de extrema-direita no país, fizeram campanha pela aprovação do texto da nova Constituição.

O referendo emerge de um longo movimento que visa substituir a Constituição de 1980, elaborada durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). A elaboração de uma nova Constituição foi uma das saídas acordadas para o fim da série de protestos que ficou conhecida como “estallido social”, em 2019. Desde então, estabeleceu-se a Assembleia Nacional Constituinte por voto popular em 2021, que elaborou uma proposta de Constituição que foi rejeitada por um referendo em setembro de 2022.
Após o rechaço da proposta, as forças políticas chilenas estabeleceram, em dezembro de 2022, um novo pacto para a elaboração de uma proposta de Constituição, o “Acuerdo por Chile”, que indicou a criação de um novo Conselho Constituinte, também por votação popular, para redigir a proposta de Constituição com base em um anteprojeto elaborado por especialistas e de acordo com fronteiras constitucionais pré-estabelecidas. É no âmbito do pacto “Acuerdo por Chile” que o referendo de 17 de dezembro se inseriu. O presidente chileno Gabriel Boric afirmou, em novembro de 2023, que esta seria a última tentativa de instituição de uma nova Constituição durante o seu mandato.

Texto escrito por Júlia Reis.

[PUBLICAÇÕES] Conjuntura Latitude Sul – Outubro/2023

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[EVENTO URGENTE] Javier Milei é eleito presidente na Argentina

O candidato da extrema-direita, Javier Milei, foi eleito presidente da Argentina com 55,7% dos votos contra 44,3% do candidato peronista e atual ministro da Economia, Sergio Massa. 76,3% dos eleitores foram às urnas e o total de votos brancos e nulos somados foi de 3,2%. Milei venceu em 21 das 24 províncias do país. Logo após a divulgação do resultado, Massa reconheceu a legitimidade do resultado e felicitou o novo presidente pela vitória.

Em sua primeira entrevista depois de eleito, Milei reforçou algumas de suas principais pautas, que combinam elementos conservadores no âmbito dos costumes e ultraliberais na economia. Confirmou que privatizará empresas estatais e que adotará uma postura repressiva aos protestos de rua, quando houver delito. Anunciou também que priorizará as relações diplomáticas com Estados Unidos e Israel e que formará um gabinete ministerial enxuto, com apenas oito pastas. Além disso, pontuou que o fechamento do Banco Central é “uma obrigação moral” e que é necessário dolarizar a economia.

Contudo, Milei conta com um apoio legislativo muito reduzido. A sua coalizão, a Libertad Avanza, possui somente 37 dos 257 assentos na Câmara dos Deputados e elegeu apenas oito dos 72 senadores para a próxima legislatura. Os acordos que vêm sendo articulados com o ex-presidente Maurício Macri e a candidata que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, Patricia Bullrich, podem lhe render um apoio maior, mas ainda longe de alcançar maioria no Congresso.

Texto escrito por Jefferson Nascimento.

[EVENTO URGENTE] Coalizão peronista lidera o primeiro turno na Argentina

O primeiro turno da eleição presidencial na Argentina, realizado em 22 de outubro, teve um resultado surpreendentemente positivo para a coalizão peronista que governa o país. O candidato Sergio Massa, atual ministro da Economia, despontou na liderança, ao conquistar 36,7% dos votos.

Em segundo lugar, aparece Javier Milei, da coalizão de extrema direita Libertad Avanza, com 30%, contrariando grande parte das pesquisas eleitorais, nas quais aparecia em primeiro lugar. Massa e Milei disputarão o segundo turno no dia 19 de novembro.

Nos seus discursos após a divulgação do resultado, ambos fizeram acenos aos eleitores do Juntos Por El Cambio, coalizão da direita tradicional, liderada por Patricia Bullrich, que ficou em terceiro, com 23,8% dos votos.

Logo em seguida, aparecem Julio Schiaretti, da coalizão Hacemos Por Nuestro País, com 6,8%, e Myriam Bregman, da Frente de Izquierda, com 2,7%. A participação foi de 77,7% e os votos brancos representaram 2% do total de votos. 98,5% das urnas já foram apuradas.

O grande desafio para Sergio Massa, nessa reta final, será controlar a inflação, que está acima de 138% ao ano. Para Milei, o desafio maior será conquistar o apoio dos eleitores anti-peronistas mais moderados, que tampouco compartilham das propostas mais radicais do candidato libertário no âmbito da economia e dos costumes.

Texto escrito por Jefferson Nascimento.